Estudo global revela que o Brasil está entre os países com maior índice de fraudes digitais, com prejuízo médio superior a R$ 6 mil por vítima. Vishing e invasão de contas lideram os golpes.
Uma pesquisa recente da TransUnion trouxe um dado preocupante: nos últimos meses de 2024, 4 em cada 10 brasileiros receberam tentativas de golpe por e-mail, redes sociais, ligações ou mensagens. E o pior: 10% dessas pessoas caíram no esquema e tiveram prejuízos financeiros, com perdas médias de R$ 6,3 mil — quase quatro salários mínimos.
O estudo, feito em 18 países, mostra como os golpes digitais estão ficando mais frequentes e sofisticados, afetando tanto consumidores quanto empresas.
Vishing: O golpe mais comum no Brasil
O campeão de queixas no país é o vishing — golpe em que criminosos simulam ser de bancos, operadoras de telefonia ou planos de saúde por ligação. A tática é simples: com discurso convincente, eles tentam roubar senhas, dados de cartões e até CPF das vítimas.
Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, explica:
A evolução das fraudes exige que as empresas tenham sempre um passo à frente, inclusive ajudando a conscientizar sobre golpes como o vishing. É importante destacar que, assim como em outros golpes de engenharia social, o objetivo final dos fraudadores é obter informações ou acessos privilegiados para cometer fraudes financeiras.
Panorama global: Brasil entre os mais afetados
O problema não é exclusivo do Brasil. Globalmente, 53% das pessoas disseram ter sido alvo de fraudes por canais como e-mail, telefone ou SMS. Cerca de 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes. Prejuízos financeiros foram relatados por 29% dos entrevistados nos países em que foi declarada perda de dinheiro em ocorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Entre as diferentes faixas etárias, a Geração Z foi a que mais perdas (38%), enquanto os Baby Boomers foram os que menos relataram (11%).
Índia e África do Sul registraram os maiores percentuais de vítimas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagem no segundo semestre de 2024.
País
Alvo e vítima
Alvo, mas não vitima
Não direcionado
Fraude mais relatada
África do Sul
13%
55%
31%
Phishing
Brasil
10%
30%
60%
Vishing
Canadá
9%
47%
44%
Phishing
Chile
9%
30%
61%
Vishing
Colômbia
9%
33%
58%
Vishing
Espanha
10%
25%
65%
Phishing
Estados Unidos
11%
41%
48%
Smishing
Filipinas
11%
63%
26%
Phishing
Hong Kong
6%
45%
48%
Phishing
Índia
13%
41%
46%
Roubo de identidade
Namíbia
11%
52%
37%
Vishing
Porto Rico
11%
25%
63%
Cartão de crédito roubado
Quênia
11%
71%
19%
Smishing
Reino Unido
6%
44%
50%
Phishing
República Dominicana
12%
24%
64%
Vishing
Ruanda
10%
57%
33%
Conta laranja
Zâmbia
9%
70%
21%
Smishing
Invasões de conta crescem 20% e se tornam ameaça emergente
O account takeover (ATO) — invasão de contas digitais — foi o tipo de fraude com maior crescimento no mundo, com alta de 20% em 2024. O método é usado para obter controle sobre contas bancárias, e-mails ou redes sociais e realizar transações indevidas.
Wallace Massola alerta:
Esse tipo de fraude representa um desafio crescente para as empresas. Para enfrentar essa ameaça, é essencial investir em tecnologias avançadas de monitoramento e autenticação, além de considerar soluções robustas de avaliação de risco de dispositivos e análise de comportamento.
Setores mais visados: Comunidades online, games e apostas
As plataformas mais exploradas por criminosos foram as comunidades digitais, como sites de namoro e fóruns, que tiveram alta de 9% nas tentativas de fraude no mundo e 20% no Brasil em relação a 2023. Nesses ambientes, os golpistas criam perfis falsos, constroem relacionamentos e exploram emocionalmente as vítimas para obter dinheiro ou dados.
Outros setores fortemente impactados foram:
Jogos online: queda global, mas ainda vulnerável;
Apostas: crescimento de tentativas;
Varejo: apesar de queda nas fraudes, continua sendo alvo.
Indústria
Taxa de tentativa de fraude digital em 2024 | Global
Mudança no volume de tentativa de fraude digital de 2023 para 2024 | Global
Taxa de tentativa de fraude digital em 2024 | Brasil
Mudança no volume de tentativa de fraude digital de 2023 para 2024 | Brasil
Comunidades (sites de relacionamento, fóruns, etc.)
11,6%
+9%
15,2%
+20%
Videogames (jogos online)
10,8%
-23%
8,3%
-76%
Apostas
7,8%
+20%
5,5%
+16%
Varejo
7,6%
-45%
2,6%
-39%
Serviços financeiros
4,9%
+3%
4,7%
-0,7%
Viagens e lazer
0,9%
-38%
0,3%
-64%
Segurança digital define escolhas do consumidor
A segurança online está mudando a forma como as pessoas consomem. No final de 2024, 6 em cada 10 entrevistados disseram que trocariam de empresa por uma experiência digital mais segura. Para 77%, a garantia de que seus dados estão protegidos é decisiva na hora de comprar ou fechar negócios online.
O que mudou (e o que não mudou) em 2024
O comportamento digital se manteve estável:
34% dos consumidores globais fizeram mais da metade das compras pela internet (mesmo índice de 2023)
Mas 62% evitam voltar a sites onde já se sentiram inseguros
Quase metade (48%) já abandonou compras por desconfiança de fraude
Quando o cliente desiste
No caso de produtos financeiros e seguros digitais:
51% cancelam por problemas de segurança ou experiência ruim
46% desistem quando pedem muitos dados
41% não confiam na proteção das informações
38% acham o processo complicado
Realidade brasileira
No Brasil, 40% já deixaram de finalizar compras por considerarem o processo inseguro ou invasivo.
Claudio Pasqualin, Chief Product Officer (CPO) e vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, afirma:
Proteger os dados dos consumidores é inegociável. Com o aumento dos riscos em todos os canais, o investimento em prevenção à fraude é estratégico e se torna um dos grandes diferenciais competitivos. Tanto para reduzir os atritos desnecessários com o consumidor quanto para evitar impactos reputacionais para as organizações.
O relatório da TransUnion revela um cenário cada vez mais desafiador. A sofisticação das fraudes exige resposta igualmente estratégica, combinando tecnologia, prevenção e conscientização. Para consumidores e empresas, o alerta está dado: a segurança digital precisa ser prioridade.
Estudo global revela que o Brasil está entre os países com maior índice de fraudes digitais, com prejuízo médio superior a R$ 6 mil por vítima. Vishing e invasão de contas lideram os golpes.
Uma pesquisa recente da TransUnion trouxe um dado preocupante: nos últimos meses de 2024, 4 em cada 10 brasileiros receberam tentativas de golpe por e-mail, redes sociais, ligações ou mensagens. E o pior: 10% dessas pessoas caíram no esquema e tiveram prejuízos financeiros, com perdas médias de R$ 6,3 mil — quase quatro salários mínimos.
O estudo, feito em 18 países, mostra como os golpes digitais estão ficando mais frequentes e sofisticados, afetando tanto consumidores quanto empresas.
Vishing: O golpe mais comum no Brasil
O campeão de queixas no país é o vishing — golpe em que criminosos simulam ser de bancos, operadoras de telefonia ou planos de saúde por ligação. A tática é simples: com discurso convincente, eles tentam roubar senhas, dados de cartões e até CPF das vítimas.
Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, explica:
Panorama global: Brasil entre os mais afetados
O problema não é exclusivo do Brasil. Globalmente, 53% das pessoas disseram ter sido alvo de fraudes por canais como e-mail, telefone ou SMS. Cerca de 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes. Prejuízos financeiros foram relatados por 29% dos entrevistados nos países em que foi declarada perda de dinheiro em ocorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Entre as diferentes faixas etárias, a Geração Z foi a que mais perdas (38%), enquanto os Baby Boomers foram os que menos relataram (11%).
Índia e África do Sul registraram os maiores percentuais de vítimas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagem no segundo semestre de 2024.
Invasões de conta crescem 20% e se tornam ameaça emergente
O account takeover (ATO) — invasão de contas digitais — foi o tipo de fraude com maior crescimento no mundo, com alta de 20% em 2024. O método é usado para obter controle sobre contas bancárias, e-mails ou redes sociais e realizar transações indevidas.
Wallace Massola alerta:
Setores mais visados: Comunidades online, games e apostas
As plataformas mais exploradas por criminosos foram as comunidades digitais, como sites de namoro e fóruns, que tiveram alta de 9% nas tentativas de fraude no mundo e 20% no Brasil em relação a 2023. Nesses ambientes, os golpistas criam perfis falsos, constroem relacionamentos e exploram emocionalmente as vítimas para obter dinheiro ou dados.
Outros setores fortemente impactados foram:
Segurança digital define escolhas do consumidor
A segurança online está mudando a forma como as pessoas consomem. No final de 2024, 6 em cada 10 entrevistados disseram que trocariam de empresa por uma experiência digital mais segura. Para 77%, a garantia de que seus dados estão protegidos é decisiva na hora de comprar ou fechar negócios online.
O que mudou (e o que não mudou) em 2024
O comportamento digital se manteve estável:
Quando o cliente desiste
No caso de produtos financeiros e seguros digitais:
Realidade brasileira
No Brasil, 40% já deixaram de finalizar compras por considerarem o processo inseguro ou invasivo.
Claudio Pasqualin, Chief Product Officer (CPO) e vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, afirma:
O relatório da TransUnion revela um cenário cada vez mais desafiador. A sofisticação das fraudes exige resposta igualmente estratégica, combinando tecnologia, prevenção e conscientização. Para consumidores e empresas, o alerta está dado: a segurança digital precisa ser prioridade.
Clique aqui para acessar o relatório completo.