Estudo global revela que o Brasil está entre os países com maior índice de fraudes digitais, com prejuízo médio superior a R$ 6 mil por vítima. Vishing e invasão de contas lideram os golpes.
Um novo levantamento da TransUnion revelou uma realidade alarmante: 40% dos brasileiros entrevistados foram alvo de tentativas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024, e 10% chegaram a sofrer prejuízo financeiro direto, com uma perda mediana de R$ 6.311 — valor equivalente a quase quatro salários mínimos.
O relatório semestral de tendências globais de fraude, conduzido em 18 países, destaca a escalada das ameaças digitais e os impactos do avanço da engenharia social sobre consumidores e empresas.
Vishing: O golpe mais comum no Brasil
Entre os golpes mais relatados pelos brasileiros está o vishing, uma técnica em que criminosos ligam para suas vítimas fingindo representar bancos, operadoras de celular ou serviços de saúde. O objetivo é obter dados confidenciais, como senhas, números de cartão ou CPF, convencendo o usuário por meio de argumentos persuasivos.
Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, explica:
A evolução das fraudes exige que as empresas tenham sempre um passo à frente, inclusive ajudando a conscientizar sobre golpes como o vishing. É importante destacar que, assim como em outros golpes de engenharia social, o objetivo final dos fraudadores é obter informações ou acessos privilegiados para cometer fraudes financeiras.
Panorama global: Brasil entre os mais afetados
O problema não é exclusivo do Brasil. Globalmente, 53% das pessoas disseram ter sido alvo de fraudes por canais como e-mail, telefone ou SMS. Cerca de 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes. Prejuízos financeiros foram relatados por 29% dos entrevistados nos países em que foi declarada perda de dinheiro em ocorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Entre as diferentes faixas etárias, a Geração Z foi a que mais perdas (38%), enquanto os Baby Boomers foram os que menos relataram (11%).
Índia e África do Sul registraram os maiores percentuais de vítimas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagem no segundo semestre de 2024.
País
Alvo e vítima
Alvo, mas não vitima
Não direcionado
Fraude mais relatada
África do Sul
13%
55%
31%
Phishing
Brasil
10%
30%
60%
Vishing
Canadá
9%
47%
44%
Phishing
Chile
9%
30%
61%
Vishing
Colômbia
9%
33%
58%
Vishing
Espanha
10%
25%
65%
Phishing
Estados Unidos
11%
41%
48%
Smishing
Filipinas
11%
63%
26%
Phishing
Hong Kong
6%
45%
48%
Phishing
Índia
13%
41%
46%
Roubo de identidade
Namíbia
11%
52%
37%
Vishing
Porto Rico
11%
25%
63%
Cartão de crédito roubado
Quênia
11%
71%
19%
Smishing
Reino Unido
6%
44%
50%
Phishing
República Dominicana
12%
24%
64%
Vishing
Ruanda
10%
57%
33%
Conta laranja
Zâmbia
9%
70%
21%
Smishing
Invasões de conta crescem 20% e se tornam ameaça emergente
O account takeover (ATO) — invasão de contas digitais — foi o tipo de fraude com maior crescimento no mundo, com alta de 20% em 2024. O método é usado para obter controle sobre contas bancárias, e-mails ou redes sociais e realizar transações indevidas.
Wallace Massola alerta:
Esse tipo de fraude representa um desafio crescente para as empresas. Para enfrentar essa ameaça, é essencial investir em tecnologias avançadas de monitoramento e autenticação, além de considerar soluções robustas de avaliação de risco de dispositivos e análise de comportamento.
Setores mais visados: Comunidades online, games e apostas
As plataformas mais exploradas por criminosos foram as comunidades digitais, como sites de namoro e fóruns, que tiveram alta de 9% nas tentativas de fraude no mundo e 20% no Brasil em relação a 2023. Nesses ambientes, os golpistas criam perfis falsos, constroem relacionamentos e exploram emocionalmente as vítimas para obter dinheiro ou dados.
Outros setores fortemente impactados foram:
Jogos online: queda global, mas ainda vulnerável;
Apostas: crescimento de tentativas;
Varejo: apesar de queda nas fraudes, continua sendo alvo.
Indústria
Taxa de tentativa de fraude digital em 2024 | Global
Mudança no volume de tentativa de fraude digital de 2023 para 2024 | Global
Taxa de tentativa de fraude digital em 2024 | Brasil
Mudança no volume de tentativa de fraude digital de 2023 para 2024 | Brasil
Comunidades (sites de relacionamento, fóruns, etc.)
11,6%
+9%
15,2%
+20%
Videogames (jogos online)
10,8%
-23%
8,3%
-76%
Apostas
7,8%
+20%
5,5%
+16%
Varejo
7,6%
-45%
2,6%
-39%
Serviços financeiros
4,9%
+3%
4,7%
-0,7%
Viagens e lazer
0,9%
-38%
0,3%
-64%
Experiências com fraudes moldam o comportamento do Consumidor
A preocupação com segurança digital impacta diretamente os hábitos de consumo. No quarto trimestre de 2024, 59% dos entrevistados afirmaram que provavelmente trocariam de empresa em busca de uma experiência digital melhor — o que inclui segurança de dados. Além disso, 77% afirmaram que ter confiança de que seus dados pessoais não serão comprometidos é um fator muito importante na hora de escolher com quem fazer negócios ou comprar online.
O relatório aponta que o comportamento online dos consumidores entrevistados em mercados globais manteve-se estável em 2024: 34% disseram ter realizado mais da metade de suas transações pela internet — o mesmo percentual de 2023. Por outro lado, cerca de dois terços (62%) afirmaram que preocupações com fraudes são o principal motivo para não voltarem a usar um site. Quase metade (48%) relatou ter abandonado um carrinho de compras online por suspeita de fraude ou preocupações com segurança. No caso de aplicações para obter produtos financeiros ou seguros feitos online, a maioria (51%) das pessoas disse ter desistido por razões que envolvem tanto a segurança quanto à experiência na jornada de compra, com 46% desistindo após excesso de informações solicitadas, 41% por não confiarem na segurança dos dados pessoais e 38% por acharem o processo frustrante.
No Brasil, 40% deixaram de concluir uma transação online por acharem o processo inseguro ou invasivo.
Claudio Pasqualin, Chief Product Officer (CPO) e vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, afirma:
Proteger os dados dos consumidores é inegociável. Com o aumento dos riscos em todos os canais, o investimento em prevenção à fraude é estratégico e se torna um dos grandes diferenciais competitivos. Tanto para reduzir os atritos desnecessários com o consumidor quanto para evitar impactos reputacionais para as organizações.
O relatório da TransUnion revela um cenário cada vez mais desafiador. A sofisticação das fraudes exige resposta igualmente estratégica, combinando tecnologia, prevenção e conscientização. Para consumidores e empresas, o alerta está dado: a segurança digital precisa ser prioridade.
Estudo global revela que o Brasil está entre os países com maior índice de fraudes digitais, com prejuízo médio superior a R$ 6 mil por vítima. Vishing e invasão de contas lideram os golpes.
Um novo levantamento da TransUnion revelou uma realidade alarmante: 40% dos brasileiros entrevistados foram alvo de tentativas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024, e 10% chegaram a sofrer prejuízo financeiro direto, com uma perda mediana de R$ 6.311 — valor equivalente a quase quatro salários mínimos.
O relatório semestral de tendências globais de fraude, conduzido em 18 países, destaca a escalada das ameaças digitais e os impactos do avanço da engenharia social sobre consumidores e empresas.
Vishing: O golpe mais comum no Brasil
Entre os golpes mais relatados pelos brasileiros está o vishing, uma técnica em que criminosos ligam para suas vítimas fingindo representar bancos, operadoras de celular ou serviços de saúde. O objetivo é obter dados confidenciais, como senhas, números de cartão ou CPF, convencendo o usuário por meio de argumentos persuasivos.
Wallace Massola, gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, explica:
Panorama global: Brasil entre os mais afetados
O problema não é exclusivo do Brasil. Globalmente, 53% das pessoas disseram ter sido alvo de fraudes por canais como e-mail, telefone ou SMS. Cerca de 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes. Prejuízos financeiros foram relatados por 29% dos entrevistados nos países em que foi declarada perda de dinheiro em ocorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Entre as diferentes faixas etárias, a Geração Z foi a que mais perdas (38%), enquanto os Baby Boomers foram os que menos relataram (11%).
Índia e África do Sul registraram os maiores percentuais de vítimas de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagem no segundo semestre de 2024.
Invasões de conta crescem 20% e se tornam ameaça emergente
O account takeover (ATO) — invasão de contas digitais — foi o tipo de fraude com maior crescimento no mundo, com alta de 20% em 2024. O método é usado para obter controle sobre contas bancárias, e-mails ou redes sociais e realizar transações indevidas.
Wallace Massola alerta:
Setores mais visados: Comunidades online, games e apostas
As plataformas mais exploradas por criminosos foram as comunidades digitais, como sites de namoro e fóruns, que tiveram alta de 9% nas tentativas de fraude no mundo e 20% no Brasil em relação a 2023. Nesses ambientes, os golpistas criam perfis falsos, constroem relacionamentos e exploram emocionalmente as vítimas para obter dinheiro ou dados.
Outros setores fortemente impactados foram:
Experiências com fraudes moldam o comportamento do Consumidor
A preocupação com segurança digital impacta diretamente os hábitos de consumo. No quarto trimestre de 2024, 59% dos entrevistados afirmaram que provavelmente trocariam de empresa em busca de uma experiência digital melhor — o que inclui segurança de dados. Além disso, 77% afirmaram que ter confiança de que seus dados pessoais não serão comprometidos é um fator muito importante na hora de escolher com quem fazer negócios ou comprar online.
O relatório aponta que o comportamento online dos consumidores entrevistados em mercados globais manteve-se estável em 2024: 34% disseram ter realizado mais da metade de suas transações pela internet — o mesmo percentual de 2023. Por outro lado, cerca de dois terços (62%) afirmaram que preocupações com fraudes são o principal motivo para não voltarem a usar um site. Quase metade (48%) relatou ter abandonado um carrinho de compras online por suspeita de fraude ou preocupações com segurança. No caso de aplicações para obter produtos financeiros ou seguros feitos online, a maioria (51%) das pessoas disse ter desistido por razões que envolvem tanto a segurança quanto à experiência na jornada de compra, com 46% desistindo após excesso de informações solicitadas, 41% por não confiarem na segurança dos dados pessoais e 38% por acharem o processo frustrante.
No Brasil, 40% deixaram de concluir uma transação online por acharem o processo inseguro ou invasivo.
Claudio Pasqualin, Chief Product Officer (CPO) e vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, afirma:
O relatório da TransUnion revela um cenário cada vez mais desafiador. A sofisticação das fraudes exige resposta igualmente estratégica, combinando tecnologia, prevenção e conscientização. Para consumidores e empresas, o alerta está dado: a segurança digital precisa ser prioridade.
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